sábado, 24 de janeiro de 2009

PRAZER PELA METADE Leila Ferreira
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido ? Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí à vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado': deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. lAté Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado. Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Água com açúcar acalma?

Não, essa receita antiga, usada para acalmar pessoas que passaram por alguma situação de susto e tensão não passa de crendice popular. “Quando o açúcar é metabolizado pelo organismo, ele se transforma principalmente em glicose, que é uma fonte de energia e não tem nenhum efeito tranqüilizante ou sedativo”, diz a endocrinologista Adriana Teloglia, professora do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo. “Apesar disso, o açúcar pode provocar uma sensação de bem-estar por causa da produção de certos neurotransmissores, como a serotonina. Essa sensação de bemestar é muitas vezes confundida com o tal efeito relaxante que muita gente acredita que a mistura de água com açúcar tem”, diz a farmacêutica mineira Denise Polato de Lima. Ao mesmo tempo, a ingestão do líquido pode ter um bom efeito psicológico e acabar funcionando como um placebo, acalmando por auto-sugestão. Os especialistas afirmam, no entanto, que contar até dez ou respirar fundo por alguns minutos são técnicas muito mais eficazes para conter o nervosismo e recuperar a tranqüilidade. Outra saída é recorrer a alguns calmantes naturais, como os chás de camomila ou de erva-doce.
Fonte:http://vidasimples.abril.com.br/100respostas/conteudo_258551.shtml
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