domingo, 19 de maio de 2013

"Eu não sou um filósofo que está tentando fazer um sistema de pensamento. Eu sou um místico que está tentando transmitir os mistérios que se tornaram disponíveis para mim. Vou confundi-lo." OSHO

OSHO


Osho nasceu em Kuchwada, Madhya Pradesh, Índia, em 11 de dezembro de 1931. Filho mais velho de um modesto mercador de tecidos, passou os sete primeiros anos de sua infância com seus avós, que lhe davam absoluta liberdade para fazer o que bem quisesse, apoiando suas precoces e intensas investigações sobre a verdade da vida. Desde cedo foi um espírito rebelde e independente, desafiando os dogmas religiosos, sociais e políticos, e insistindo em buscar a verdade por si mesmo, ao invés de adquirir conhecimentos e crenças impingidos por outros.

Sua intensa busca espiritual chegou a afetar sua saúde a ponto de seus pais e amigos recearem que ele não vivesse por muito tempo. Após a morte do avô, Osho foi viver com seus pais em Gadawara. Sua avó mudou-se para a mesma cidade, permanecendo como sua mais dedicada amiga até falecer em 1970, tendo se declarado discípula do neto.

Aos 21 anos de idade, no dia 21 de março de 1953, Osho alcançou a "iluminação" (estado de consciência livre, também chamado de "samadhi" no oriente). Este seria o mesmo estado em que viviam Jesus, Buda e outros mestres iluminados. Com sua iluminação, ele disse que sua biografia externa terminara. Nessa oportunidade comentou: "Não estou mais buscando, procurando por alguma coisa. A existência abriu todas as suas portas para mim. Nem ao menos posso dizer que pertenço à existência, porque sou simplesmente uma parte dela... Quando uma flor desabrocha, desabrocho com ela. Quando o Sol se levanta, levanto-me com ele. O ego em mim, o qual mantém as pessoas separadas, não está mais presente. Meu corpo é parte da natureza, meu ser é parte do todo. Não sou uma entidade separada."

Osho graduou-se em Filosofia na Universidade de Sagar, com as honras de "primeiro lugar". Na época de estudante foi campeão nacional de debates na Índia. Em 1966, depois de nove anos limitado pela função de professor de Filosofia na Universidade de Jabalpur, abandonou o cargo e passou a viajar por todo país, dando palestras, desafiando líderes religiosos ortodoxos em debates públicos, desconcertando as crenças tradicionais e chocando o "status quo".

Em 1968, ainda com seu primeiro nome espiritual, Bhagwan Shree Rajneesh, estabeleceu-se em Bombaim, onde morou e ensinou por alguns anos. Organizou regularmente "campos de meditação", onde introduziu a sua revolucionária Meditação Dinâmica. Em 1974 inaugura o "ashram" de Poona, e sua influência já atinge o mundo inteiro. Ao mesmo tempo, sua saúde se fragilizava seriamente.

Osho se recolhia cada vez mais à privacidade de seus aposentos, aparecendo apenas duas vezes por dia em suas palestras matinais e, à noite, em sessões de aconselhamento e iniciação. Em maio de 1981, Osho parou de falar e iniciou uma fase de "comunhão silenciosa de coração-a-coraç­ão", enquanto seu corpo, seriamente doente, com graves problemas de coluna, descansava. Tendo em vista a possibilidade de que fosse necessária uma cirurgia de emergência, Osho foi levado aos Estados Unidos. Seus discípulos americanos compraram um rancho no deserto do Oregon e convidaram-no a ir para lá, onde recuperou-se rapidamente.

Uma comuna logo estabeleceu-se ao seu redor, formando a cidade de Rajneeshpuram. Em outubro de 1984, Osho voltou a falar a pequenos grupos e, em julho de 1985, reiniciava seus discursos a milhares de buscadores, todas as manhãs.

Em setembro de 1985, a secretária pessoal de Osho deixa a comuna, repentinamente,­ seguida por vários membros da administração, vindo com isso à luz todo um conjunto de atos ilegais cometidos por esse grupo. Osho convidou as autoridades americanas para que procedessem a todas as investigações necessárias. Tirando proveito dessa oportunidade, as autoridades aceleraram sua luta contra a comuna.

Em 29 de outubro de 1985, Osho foi preso em Charlotte, Carolina do Norte, sem um mandado de prisão. Sua viagem de volta ao Oregon, onde seria julgado - normalmente um vôo de cinco horas - demorou oito dias. Por alguns dias ninguém soube do seu paradeiro. Em meados de novembro, seus advogados aconselharam-no­ a confessar-se culpado por duas das trinta e quatro "violações de imigração" das quais era acusado, para evitar que sua vida corresse maiores riscos nas garras do sistema jurídico americano. Osho concordou. Foi multado e obrigado a deixar os Estados Unidos, com retorno proibido pelos próximos cinco anos.

Deixando o país no mesmo dia, Osho voou para a Índia, onde permaneceu em repouso nos Himalaias. Uma semana mais tarde, a comuna do Oregon resolveu dispersar-se. Nessa época, Osho enfrentou uma verdadeira "via crucis" para poder fixar-se num lugar, pois onde quer que tentasse estabelecer-se tinha sua permanência negada pelas autoridades, por visível influência do governo norte americano. Ao todo, vinte e um países o expulsaram ou negaram o visto de entrada.

Em julho de 1986 Osho voltou a Bombaim, na Índia, onde ficou hospedado por seis meses na casa de um amigo indiano. Na privacidade da casa de seu anfitrião, ele retornou aos seus discursos diários.

Em janeiro de 1987, mudou-se para o seu "ashram" em Poona, onde vivera a maior parte dos anos 70. Imediatamente após sua chegada, o chefe de polícia de Poona ordenou-lhe que deixasse a cidade, sob a alegação de que era uma "pessoa controversa" que poderia "perturbar a tranqüilidade da cidade". Tal ordem foi revogada no mesmo dia pela Suprema Corte de Bombaim.

Nos EUA, recebeu 35 acusações, todas foram retiradas ou consideradas infundadas com o tempo. Foi preso sem um mandado de prisão e sem provas conclusivas. Passou por dez dias "sumido" nas mãos das autoridades americanas, quando foi envenenado com tálio.

Osho faleceu em 19 de janeiro de 1990. Algumas semanas antes dessa data, foi-lhe perguntado o que aconteceria com seu trabalho quando ele partisse. Ele disse: "Minha confiança na existência é absoluta. Se houver alguma verdade naquilo que estou dizendo, isso irá sobreviver... As pessoas que permanecerem interessadas em meu trabalho irão simplesmente carregar a tocha, mas sem impor nada a ninguém..."

Deixou o seguinte epitáfio: "OSHO.. Nunca nasceu...nunca morreu...apenas­ visitou este planeta Terra entre 1931 e 1990".

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