segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Horóscopo das Flores.

É Primavera: conheça o Horóscopo das Flores
A Primavera está chegando! Já que esta é a estação das flores, vamos aproveitar para conhecer o Horóscopo das Flores. Pode parecer estranho, mas este é um Oráculo divulgado pelos alquimistas na Idade Média, formado por 15 signos representados por flores.

Assim como no zodíaco, esses signos também são divididos de acordo com os diferentes temperamentos: prático (terra), romântico (água), idealista (ar) e aventureiro (fogo). Descubra o seu signo no Horóscopo das Flores, levando em conta o dia do seu nascimento.

Campainha-Imperial (de 06 de janeiro a 02 de fevereiro)
Assim como a flor, a pessoa que nasce nesse período adora o calor e é extremamente adaptável. Os nascidos neste signo sabem como ninguém transformar obstáculos em conquistas e seus relacionamentos são intensos. A impaciência é o que atrapalha, um pouco, a luta pelos objetivos. É preciso ser mais persistente! Estes nativos podem ser um pouco distraídos, mas possuem uma mente criativa e incansável.

Flor-de-Lótus (de 03 de fevereiro a 01 de março)
Quem nasce sob esse signo é sensível e intuitivo, porém adota um comportamento rígido para o dia-a-dia. Essa flor brota na lama e cresce formando um caule muito comprido. Estes nativos possuem emoções vulneráveis e é comum se magoarem com facilidade. Gostam de ajudar as pessoas e são capazes de se sacrificar pelos que amam.

Narciso (de 02 de março a 21 de março)
Essa flor espalhava-se com facilidade pelos jardins, por isso, a habilidade para se comunicar e a simpatia são fortes características das pessoas desse signo. O jogo de cintura e a paciência fazem com que se saiam bem em qualquer situação. A ousadia também é um ponto forte desse signo e o que garante o sucesso para quem pertence a ele.

Violeta (de 22 de março a 20 de abril)
Quem nasce nessa época do ano costumar ser delicado e discreto como a violeta. A facilidade para se adaptar às circunstâncias é grande, assim como a força de vontade. Gostam de ajudar os outros, sem esperar recompensas. Não perdoam mentiras e traições. O egoísmo e ambição excessiva são coisas que os tiram do sério.

Hibisco (de 24 de abril a 10 de maio)
Inovadoras e muito sociáveis! Assim podemos caracterizar as pessoas que nascem nessa época do ano. Assim como a flor, a originalidade é a marca registrada de quem pertence a esse signo. A harmonia e a vaidade também fazem parte de quem é de Hibisco. Além disso, são pessoas organizadas e se preocupam em ter reconhecimento das pessoas.

Esporeira (de 11 de maio a 31 de maio)
A pessoa que pertence a esse signo, assim como o caule da flor, é bem forte. A determinação e a dignidade são sentimentos muito importantes na sua vida. Estes nativos odeiam falsidade e hipocrisia e gostam de agir sempre com bom senso. São realistas e correm atrás dos seus ideais e sentimentos. A energia e a força de vontade são suas armas mais poderosas.

Flor de Maracujá (01 de junho a 23 de junho)
Já que essa flor é o símbolo da dualidade na natureza, quem pertence a esse signo pode aparentar uma coisa e ter uma essência oposta. Essa pessoa é decidida, gosta de falar e não suporta errar. Quem nasceu nessa época do ano possui muita energia e se sente feliz quando encontra equilíbrio para viver.

Orquídea (de 24 de junho a 11 de julho)
Apesar de ser uma flor exuberante, a Orquídea não consegue viver sozinha e depende das outras flores. Quem nasce sob esse signo luta para ser livre e viver com autonomia, mas precisa perder o medo da solidão e se preocupar menos com as opiniões das outras pessoas para alcançar os seus objetivos. O luxo, o conforto e a harmonia são essenciais para a sua vida.

Lírio (de 12 de julho a 05 de agosto)
Além de ser um símbolo da magia, por conter propriedades alucinógenas, o Lírio é associado à pureza e à dignidade. Com um comportamento firme e coerente, a pessoa que pertence a esse signo possui caráter nobre e não gosta de julgar e ser julgado. É prática, objetiva, sensata e tem um forte lado emocional.

Papoula (06 de agosto a 28 de agosto)
A pessoa do signo de Papoula é aventureira, positiva e alegre. Essa flor tem sempre uma cor forte e vibrante, assim como os nativos deste signo, que costumam transbordar energia positiva e alto astral. As novidades atraem bastante quem pertence a esse signo. A pessoa de Papoula é persistente, coloca a paixão acima de tudo e é instável nos relacionamentos.

Rosa (de 29 de agosto a 23 de setembro)
Essa flor representa a intensidade e o prazer de viver. Quem pertence a esse signo costuma ser uma pessoa afetuosa, verdadeira e intensa. Busca plenitude em tudo o que faz e adora um desafio, já que sente alegria em conseguir o que deseja. Aprecia os elogios, é generosa e gosta de fazer as pessoas felizes. Um dos seus maiores valores é não gostar de perder tempo reclamando das coisas. Seu lema é aproveitar a experiência e seguir em frente!

Crisântemo (de 24 de setembro a 18 de outubro)
A pessoa que pertence a esse signo é justa e gosta de harmonia e equilíbrio, já que Crisântemo representa a justiça e a nobreza de caráter. A beleza, a organização e o requinte também são apreciados por quem nasceu sob esse signo. O comportamento deste nativo é discreto e charmoso. Um de seus defeitos é a vontade que tem de mudar as outras pessoas, já que acredita estar sempre certo.

Dedaleira (de 19 de outubro a 07 de novembro)
Essa flor é fonte de extratos medicinais, por isso, a pessoa desse signo é cheia de vida, boa vontade e energia. Seu maior sonho é vencer na vida e nunca se cansa de lutar pelos seus objetivos. O único problema é que, às vezes, perdem oportunidades por não aceitarem regras impostas por outras pessoas. Seu jeito gentil e caloroso também proporciona romantismo.

Íris (de 08 de novembro a 12 de dezembro)
Como a flor é um símbolo de trabalho e dedicação, a pessoa que pertence a esse signo é esforçada e consegue se sobressair em cargos de liderança. Autoritária, inteligente e dotada de uma forte intuição, capta a verdade, mesmo que esteja oculta nas aparências. Consegue convencer as pessoas com facilidade, já que possui um alto poder de persuasão. Apesar de parecer extrovertida, sabe guardar muito bem os seus sentimentos e desejos.

Mandrágora (de 13 de dezembro a 05 de janeiro)
Quem pertence a esse signo é uma pessoa espiritualmente elevada e está sempre em busca de um sentido mais profundo da vida, já que essa flor é o símbolo da magia e tem substâncias que alteram a consciência. A rotina e a mediocridade são coisas que ela não suporta. Costuma ser uma pessoa apaixonada e de natureza intensa, mesmo que aparente uma certa frieza e distanciamento.

Fonte: www.zastros.com.br

Feng Shui da Primavera.

Feng Shui da Primavera: melhore a energia do lar

Com a chegada da Primavera o Sol volta a brilhar e a iluminar mais os dias. O nosso lar ganha mais luz e fica mais arejado...É hora de abrir as janelas e deixar que essa boa energia transite pela sua casa!

Essa época do ano marca a saída das pessoas do recolhimento do inverno. A intensidade luminosa aumenta a nossa vontade de sair, contribui para a vida dos animais, melhora a fertilidade da terra e faz com que as plantas liberem mais suas cores e odores. Para aproveitar melhor essa energia, que tal praticar a técnica do Feng Shui na sua casa?

Comece abrindo bem as janelas, retirando as cobertas e guardando os casacos. O primeiro passo é você se sintonizar com o novo momento. Procure trazer mais leveza para o seu lar! Você pode usar toalhas florais e trocar as cortinas, as mantas e as toalhas de banho por outras em tons mais claros.

Espalhe vasos com flores coloridas pela sua casa. Se você não gostar de flores, não tem problema! Coloque vasos com bonitas folhagens. O importante é ter cores estimulantes e o cheiro de natureza bem perto de nós. Por isso, atenção! Se você não tiver tempo de cuidar e optar por plantas artificiais, é importante acrescentar óleos essenciais ou vaporizadores para melhorar a energia do ambiente.

Se a casa for grande e houver jardim, não se esqueça de manter o ambiente interno em harmonia com o externo. É preciso ter um equilíbrio visual e vibracional em todas as partes da casa para expandirmos a nossa vida e nos preparamos para o Verão.

Para quem já aplicou o ba-guá em casa, aí vai mais uma dica! Decore os setores da família e da prosperidade com plantas, imagens da natureza, bonsais, etc. O elemento que ativa essas áreas é a madeira, que tem forte ligação com as árvores, favorecidas com a Primavera. Fonte: www.zastors.com.br

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Medicina do Comportamento - site oficial da Dra. Ana Beatriz B. Silva

Autora: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

O que é Depressão?
A depressão não é apenas uma sensação de tristeza, de fraqueza ou de "baixo astral". É muito mais do que se sentir triste ou ficar de luto após uma perda, por exemplo.

A depressão é uma doença de corpo como um todo (tanto como hipertensão arterial, a diabetes ou as doenças cardíacas) que afeta o humor, os pensamentos, a saúde e o comportamento.

Estima-se que 10% da população mundial sofra de uma doença depressiva em algum período de sua vida.

O quadro clínico da depressão pode apresentar os seguintes sintomas:
_ Tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio;
_ Sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;
_ Insônia terminal (ocorre o despertar 3 a 4 horas da manhã) ou excesso de sono;
_ Perda de apetite e do peso, ou aumento do apetite e ganho de peso;
_ Fadiga e sensação de desânimo;
_ Irritabilidade e inquietação;
_ Dificuldade para concentrar-se e recordar;
_ Dificuldades em tomar decisões;
_ Sentimentos de desesperança e pessimismo;
_ Idéias ou tentativas de suicídio;
_ Dores crônicas que não correspondem aos tratamentos convencionais;
_ Perda de interesses por atividades que anteriormente despertavam prazer, incluindo-se atividades profissionais, sexuais ou mesmo lazer.

Por que a Depressão ocorre?
A depressão é conseqüência de um desequilíbrio de substâncias cerebrais chamadas neurotransmissores, que são fundamentais na regulação do humor.

Em algumas famílias a depressão costuma ocorrer de geração em geração. Entretanto, pode por vezes, manifestar-se em indivíduos que não possuem história de depressão familiar. Herdada ou não, a depressão maior está associada à redução ou ao excesso de certas substâncias neuroquímicas (neurotransmissores).

A personalidade (constituição psicológica) também desempenha papel na vulnerabilidade à depressão. Pessoas com baixa auto-estima que se vêem sistematicamente com pessimismo, ou que se deixam facilmente abater pelo estresse, são mais predispostas à depressão. Fatores externos (ambientais) como dificuldades financeiras, doença crônica, ou qualquer alteração indesejada na vida também podem desencadear um episódio depressivo.

Assim, concluímos que, com freqüência, a combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais está presente no aparecimento da doença depressiva .

Existe tratamento para Depressão?
Mais de 85% daquelas pessoas que sofrem de depressão podem ser ajudados através de tratamentos adequados.

O tratamento reduz a dor e o sofrimento causados pela depressão. Bem aplicado elimina os sintomas e permite que o paciente volte à vida normal.

A precocidade do tratamento é fundamental para o sucesso terapêutico.

Existem vários tratamentos disponíveis para a depressão. O mais adequado deles deverá dar conta de todos os fatores envolvidos no desenvolvimento da depressão. Assim, o primeiro passo de qualquer tratamento será o restabelecimento do equilíbrio bioquímico dos neurotransmissores cerebrais envolvidos na regulação do humor.

Para este aspecto faz-se necessário o uso de medicamentos que possam fazer o restabelecimento deste equilíbrio. O segundo e talvez o mais importante passo no sucesso do tratamento a longo prazo, trata-se de uma abordagem psicoterápica que conscientize o paciente sobre a necessidade de reestruturar sua maneira de viver e principalmente de lidar com os problemas de maneira menos desgastantes.

O terceiro passo visa a introdução na vida do paciente de hábitos e/ou técnicas que fazem o equilíbrio físico e mental como a yoga, meditação prática de exercícios físicos, exercícios de relaxamento e uma alimentação mais saudável que seja fornecedora de substâncias que ajudem a manutenção do equilíbrio do corpo.

Um tratamento que cumpra todas essas etapas visa não somente o restabelecimento do quadro depressivo, mas principalmente a conquista de uma melhor qualidade de vida.

A ajuda de amigos e parentes é importante?
Não só é importante, a ajuda de parentes e amigos é fundamental para o paciente com depressão, uma vez que o desânimo e a desesperança que tomam conta do paciente, muitas vezes, o impedem de procurar ajuda especializada. Assim, a coisa mais importante que alguém pode fazer por uma pessoa deprimida é ajudá-la a se submeter a um diagnóstico e a um tratamento adequado. Outro aspecto muito útil é reafirmar para o paciente que com o tempo e ajuda ele se sentirá bem melhor.

Medicina do Comportamento - site oficial da Dra. Ana Beatriz B. Silva

Exercite sua cuca / Revista vida simples 07/2009

Exercite sua cuca
Atividades físicas ativam a memória, reduzem a ansiedade, dão prazer e aliviam a tensão do seu cérebro
texto Rafael Tonon ilustração Gunther Ishiyama

Se, quando alguém fala em exercício para a cabeça, você logo pensa em se jogar no sofá com uma revistinha de palavras cruzadas, ler um livro cabeçudo ou encarar uma partida de xadrez, está na hora de se levantar, colocar um tênis confortável e encarar uma corrida para conhecer o que a atividade física é capaz de fazer por sua mente.
Que a prática de esportes faz bem para o corpo, tonifica os músculos e melhora a capacidade respiratória, todo mundo já sabe. Mas os cientistas descobriram que, muito além dos benefícios para o corpo, os exercícios são ótimos para a saúde do cérebro. Não é novidade, por exemplo, que fazer artes marciais, dança, natação, esportes coletivos – e até jogar peteca – favorece o bombeamento de sangue, o que indica mais oxigênio pelo corpo, inclusive para as células da massa cinzenta. Isso significa que quem faz exercícios físicos regularmente tem risco menor de sofrer pequenos e grandes AVCs (acidentes vasculares cerebrais), que colocam a mente e a vida em perigo.
Mas a grande novidade é que os exercícios aeróbicos estimulam a criação de novos neurônios, o que era impensável até o fim dos anos 90, quando se acreditava que nascíamos com uma quantidade certa de neurônios (cerca de 86 milhões) e que esse número só diminuiria com o passar dos anos. O que mostra que a mente pode estar em constante renovação – e bem mais atlética.
Novos em folha “Além de possibilitar o ganho de novos neurônios, o exercício aumenta a capacidade de interação e comunicação entre eles, que é o que chamamos de sinapse”, afirma Li Li Min, professor do Departamento de Neurologia da Unicamp. Isso quer dizer que os exercícios físicos não só aumentam a quantidade de jogadores em campo no cérebro (que seriam os novos neurônios) como também melhoram a qualidade do passe entre eles (sinapse). Porque não adianta só ter jogadores bons se eles não sabem passar a bola para o jogo fluir, né? Como no futebol, o time só ganha se jogar em equipe. E, para termos sinapses, os neurônios precisam se comunicar bem.
O neurologista orientou um estudo interessante para comprovar a influência de atividades físicas no cérebro. Os pesquisadores coordenados por Min analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários. E perceberam um aumento na massa cinzenta daqueles que praticavam esportes. “A pesquisa serviu para mostrar a capacidade adaptativa do cérebro aos exercícios. Se a prática de esportes pode influir inclusive na plasticidade da massa cinzenta, fazendo com que áreas do cérebro se desenvolvam mais, isso indica que os benefícios das atividades físicas são mesmo inegáveis à mente”, diz Min. Assim como a questão dos neurônios, o aumento da massa do cérebro era outro tabu: acreditava-se que ela só podia ser desenvolvida por algumas doenças que fariam o órgão se tornar maior em alguma parte. O estudo do professor Min mostrou que, como qualquer músculo do corpo, o cérebro também pode “ganhar massa”, dependendo da região à qual aquela prática esportiva está associada.
A boa notícia é que o número de neurônios novos adicionados a cada dia pode até duplicar se você mantiver a prática de exercícios regulares. É claro que, em casos de doenças ou hábitos que promovem a degeneração dos neurônios (como o uso de drogas e álcool), as atividades físicas não podem fazer milagre pelo equilíbrio neuronal do cérebro – o placar das perdas há de ser maior que o dos ganhos. Mas, se você mantém uma rotina saudável, esses neurônios a mais podem fazer uma bela diferença no bem-estar da sua mente.
Cabeça relaxada Como no combate ao estresse, por exemplo. O hipocampo, área do nosso cérebro responsável por associar novas informações, funciona como nossa agenda interna, tentando dar conta de tudo para evitar que a tensão sobre o que temos que fazer tome os nossos pensamentos. Nos momentos em que somos expostos ao estresse, nosso corpo produz cortisol, um hormônio que é enviado para a corrente sanguínea. Quando o nível de cortisol está elevado, é papel do hipocampo perceber e dar um alerta ao organismo para parar de produzi-lo. O problema é que, quando o estresse é crônico, as altas doses sustentadas de cortisol acabam matando os neurônios do hipocampo por excitá-los demais. E os primeiros neurônios afetados são justamente aqueles que deveriam responder ao estresse.
Aí não tem jeito, o estresse toma conta do corpo, gerando ansiedade, tensão e depressão, que são os males relacionados a ele. Para evitar ou sair desse ciclo, o corpo precisa de ajuda. “E o exercício é uma maneira de auxiliar o hipocampo a melhorar o controle da resposta ao estresse, pois aumenta o número de neurônios nessa estrutura”, explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, autora do livro Fique de Bem com Seu Cérebro. A produção de neurônios novos pode repor os que foram perdidos por conta do excesso de cortisol.
Nesse sentido, as atividades físicas funcionam como os antidepressivos e estabilizadores de humor indicados pelos médicos para doenças como a própria depressão e os transtornos de ansiedade: elas ajudam o hipocampo a tomar as rédeas da situação. Mas de uma forma natural, sem que seja necessário ingerir as cargas químicas desses medicamentos, que podem ainda causar efeitos colaterais não desejados.
Por isso, quem já sofreu de ansiedade ou tem caso de depressão na família pode ter o exercício como um aliado para evitar o problema – ou sua reincidência. Nos casos crônicos, em que a apatia está tão arraigada que a vontade de sair da cama é nula, não dá para exigir que a pessoa saia correndo pelas ruas, claro. Mas, assim que a pessoa ganhar motivação, vale incentivá-la a fazer esportes. “Contar com um número maior de neurônios antes que o estresse se estabeleça também confere grande vantagem ao cérebro, que conseguirá agir mais rapidamente quando uma eventual resposta ao estresse se instalar no corpo, impedindo que ela fuja do controle”, afirma Suzana.
Os exercícios representam também outro ganho bastante significativo para o hipocampo. Como é essa a área do cérebro que determina nossa memória, ao praticar atividades aeróbicas é possível ter uma melhora nas lembranças e na capacidade de aprendizado. Isso porque o hipocampo, como responsável pela formação de memórias novas, decide quais informações vão continuar em campo ou levar cartão vermelho e “serem expulsas” do cérebro. Afinal, quando não há espaço para guardar mais informações, ele precisa deletar outras. Uma quantidade maior de neurônios ajuda a dar conta do trabalho.
Em busca da juventude Nesse caso, há uma relação direta com o hormônio do crescimento (GH), que também é produzido em maior quantidade quando começamos a suar por conta de uma atividade aeróbica. Idosos que se exercitam com regularidade conseguem reverter o declínio das funções cerebrais que são acarretadas pela idade. As atividades físicas são como uma fonte de juventude para o cérebro, evitando o envelhecimento e melhorando a memória.
E sabe o que é mais legal nessa história toda? É que o próprio cérebro sabe do benefício da movimentação do corpo e nos ajuda a evitar o sedentarismo. Basta vencermos a preguiça e encontrarmos um exercício prazeroso para ficarmos viciados nele – nos dias que a rotina corrida nos impede de praticálo, ficamos até mal-humorados. Isso acontece porque as atividades físicas ativam nosso sistema de recompensa e dão ao corpo uma enorme sensação de prazer e euforia. Quando o exercício acaba, o cérebro quer ter aquela sensação de novo, e incentiva o corpo a fazer mais vezes aquela atividade. É como um vício, só que do bem.
Mesmo assim, fique de olho na quantidade. Não é só porque as atividades físicas fazem bem que você vai viver na academia ou correr mais tempo do que seu corpo aguenta. Como tudo na vida, o excesso do que é bom acaba sendo ruim. Exercício demais também pode ser fonte de estresse. A melhor saída é fazer exercícios que deem prazer. “Se forçarmos alguém a correr todos os dias, o resultado será uma resposta crônica ao estresse catastrófica para a saúde do corpo e da mente”, diz Suzana. Portanto, não importa o exercício, desde que ele seja prazeroso e intenso o suficiente para aliviar a tensão do cérebro, melhorar a memória e acalmar a mente. Você está esperando o que para deixar essa revista por umas horinhas e ir se exercitar, hein?
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Se, quando alguém fala em exercício para a cabeça, você logo pensa em se jogar no sofá com uma revistinha de palavras cruzadas, ler um livro cabeçudo ou encarar uma partida de xadrez, está na hora de se levantar, colocar um tênis confortável e encarar uma corrida para conhecer o que a atividade física é capaz de fazer por sua mente.
Que a prática de esportes faz bem para o corpo, tonifica os músculos e melhora a capacidade respiratória, todo mundo já sabe. Mas os cientistas descobriram que, muito além dos benefícios para o corpo, os exercícios são ótimos para a saúde do cérebro. Não é novidade, por exemplo, que fazer artes marciais, dança, natação, esportes coletivos – e até jogar peteca – favorece o bombeamento de sangue, o que indica mais oxigênio pelo corpo, inclusive para as células da massa cinzenta. Isso significa que quem faz exercícios físicos regularmente tem risco menor de sofrer pequenos e grandes AVCs (acidentes vasculares cerebrais), que colocam a mente e a vida em perigo.
Mas a grande novidade é que os exercícios aeróbicos estimulam a criação de novos neurônios, o que era impensável até o fim dos anos 90, quando se acreditava que nascíamos com uma quantidade certa de neurônios (cerca de 86 milhões) e que esse número só diminuiria com o passar dos anos. O que mostra que a mente pode estar em constante renovação – e bem mais atlética.
Novos em folha “Além de possibilitar o ganho de novos neurônios, o exercício aumenta a capacidade de interação e comunicação entre eles, que é o que chamamos de sinapse”, afirma Li Li Min, professor do Departamento de Neurologia da Unicamp. Isso quer dizer que os exercícios físicos não só aumentam a quantidade de jogadores em campo no cérebro (que seriam os novos neurônios) como também melhoram a qualidade do passe entre eles (sinapse). Porque não adianta só ter jogadores bons se eles não sabem passar a bola para o jogo fluir, né? Como no futebol, o time só ganha se jogar em equipe. E, para termos sinapses, os neurônios precisam se comunicar bem.
O neurologista orientou um estudo interessante para comprovar a influência de atividades físicas no cérebro. Os pesquisadores coordenados por Min analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários. E perceberam um aumento na massa cinzenta daqueles que praticavam esportes. “A pesquisa serviu para mostrar a capacidade adaptativa do cérebro aos exercícios. Se a prática de esportes pode influir inclusive na plasticidade da massa cinzenta, fazendo com que áreas do cérebro se desenvolvam mais, isso indica que os benefícios das atividades físicas são mesmo inegáveis à mente”, diz Min. Assim como a questão dos neurônios, o aumento da massa do cérebro era outro tabu: acreditava-se que ela só podia ser desenvolvida por algumas doenças que fariam o órgão se tornar maior em alguma parte. O estudo do professor Min mostrou que, como qualquer músculo do corpo, o cérebro também pode “ganhar massa”, dependendo da região à qual aquela prática esportiva está associada.
A boa notícia é que o número de neurônios novos adicionados a cada dia pode até duplicar se você mantiver a prática de exercícios regulares. É claro que, em casos de doenças ou hábitos que promovem a degeneração dos neurônios (como o uso de drogas e álcool), as atividades físicas não podem fazer milagre pelo equilíbrio neuronal do cérebro – o placar das perdas há de ser maior que o dos ganhos. Mas, se você mantém uma rotina saudável, esses neurônios a mais podem fazer uma bela diferença no bem-estar da sua mente.
Cabeça relaxada Como no combate ao estresse, por exemplo. O hipocampo, área do nosso cérebro responsável por associar novas informações, funciona como nossa agenda interna, tentando dar conta de tudo para evitar que a tensão sobre o que temos que fazer tome os nossos pensamentos. Nos momentos em que somos expostos ao estresse, nosso corpo produz cortisol, um hormônio que é enviado para a corrente sanguínea. Quando o nível de cortisol está elevado, é papel do hipocampo perceber e dar um alerta ao organismo para parar de produzi-lo. O problema é que, quando o estresse é crônico, as altas doses sustentadas de cortisol acabam matando os neurônios do hipocampo por excitá-los demais. E os primeiros neurônios afetados são justamente aqueles que deveriam responder ao estresse.
Aí não tem jeito, o estresse toma conta do corpo, gerando ansiedade, tensão e depressão, que são os males relacionados a ele. Para evitar ou sair desse ciclo, o corpo precisa de ajuda. “E o exercício é uma maneira de auxiliar o hipocampo a melhorar o controle da resposta ao estresse, pois aumenta o número de neurônios nessa estrutura”, explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, autora do livro Fique de Bem com Seu Cérebro. A produção de neurônios novos pode repor os que foram perdidos por conta do excesso de cortisol.
Nesse sentido, as atividades físicas funcionam como os antidepressivos e estabilizadores de humor indicados pelos médicos para doenças como a própria depressão e os transtornos de ansiedade: elas ajudam o hipocampo a tomar as rédeas da situação. Mas de uma forma natural, sem que seja necessário ingerir as cargas químicas desses medicamentos, que podem ainda causar efeitos colaterais não desejados.
Por isso, quem já sofreu de ansiedade ou tem caso de depressão na família pode ter o exercício como um aliado para evitar o problema – ou sua reincidência. Nos casos crônicos, em que a apatia está tão arraigada que a vontade de sair da cama é nula, não dá para exigir que a pessoa saia correndo pelas ruas, claro. Mas, assim que a pessoa ganhar motivação, vale incentivá-la a fazer esportes. “Contar com um número maior de neurônios antes que o estresse se estabeleça também confere grande vantagem ao cérebro, que conseguirá agir mais rapidamente quando uma eventual resposta ao estresse se instalar no corpo, impedindo que ela fuja do controle”, afirma Suzana.
Os exercícios representam também outro ganho bastante significativo para o hipocampo. Como é essa a área do cérebro que determina nossa memória, ao praticar atividades aeróbicas é possível ter uma melhora nas lembranças e na capacidade de aprendizado. Isso porque o hipocampo, como responsável pela formação de memórias novas, decide quais informações vão continuar em campo ou levar cartão vermelho e “serem expulsas” do cérebro. Afinal, quando não há espaço para guardar mais informações, ele precisa deletar outras. Uma quantidade maior de neurônios ajuda a dar conta do trabalho.
Em busca da juventude Nesse caso, há uma relação direta com o hormônio do crescimento (GH), que também é produzido em maior quantidade quando começamos a suar por conta de uma atividade aeróbica. Idosos que se exercitam com regularidade conseguem reverter o declínio das funções cerebrais que são acarretadas pela idade. As atividades físicas são como uma fonte de juventude para o cérebro, evitando o envelhecimento e melhorando a memória.
E sabe o que é mais legal nessa história toda? É que o próprio cérebro sabe do benefício da movimentação do corpo e nos ajuda a evitar o sedentarismo. Basta vencermos a preguiça e encontrarmos um exercício prazeroso para ficarmos viciados nele – nos dias que a rotina corrida nos impede de praticálo, ficamos até mal-humorados. Isso acontece porque as atividades físicas ativam nosso sistema de recompensa e dão ao corpo uma enorme sensação de prazer e euforia. Quando o exercício acaba, o cérebro quer ter aquela sensação de novo, e incentiva o corpo a fazer mais vezes aquela atividade. É como um vício, só que do bem.
Mesmo assim, fique de olho na quantidade. Não é só porque as atividades físicas fazem bem que você vai viver na academia ou correr mais tempo do que seu corpo aguenta. Como tudo na vida, o excesso do que é bom acaba sendo ruim. Exercício demais também pode ser fonte de estresse. A melhor saída é fazer exercícios que deem prazer. “Se forçarmos alguém a correr todos os dias, o resultado será uma resposta crônica ao estresse catastrófica para a saúde do corpo e da mente”, diz Suzana. Portanto, não importa o exercício, desde que ele seja prazeroso e intenso o suficiente para aliviar a tensão do cérebro, melhorar a memória e acalmar a mente. Você está esperando o que para deixar essa revista por umas horinhas e ir se exercitar, hein?

Quando a dieta vira doença / revista Época 27/07/09

Quando a dieta vira doença (trecho)
A avalanche de informações confusas sobre nutrição complicou o ato de comer. Como saber se sua busca por alimentação saudável já é obsessão
Cristiane Segatto
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 25/julho/2009.

O PRIMEIRO PASSO A bioquímica Crucita, de férias em Campos do Jordão, São Paulo. Ela assumiu a ortorexia e está em tratamento. “Melhorei, mas o problema não desaparece de repente”
Era para ser um jantar de bom relacionamento na casa de um diretor da empresa. Quando apertou a campainha, o engenheiro Orlando Marcondes Machado Filho esperava desfrutar um belo prato, um ótimo vinho e boas risadas na companhia da mulher, Crucita, e de outros dois casais. Todos salivaram quando o bacalhau chegou à mesa. Todos, menos Crucita. “Minha mente estava cheia de aflições”, diz ela. Em silêncio, a bioquímica se perguntava:
Será que usaram azeite extravirgem?
De onde veio esse peixe?
Que tipo de conservante foi usado nos condimentos?
A cenoura é orgânica?
Xi, não tem arroz integral
“Ficava pensando nas coisas invisíveis que fugiam ao meu controle e poderiam não ser saudáveis”, diz Crucita. “Enquanto eles tinham prazer, eu só sentia repulsa.” Por consideração ao marido, ensaiou a primeira garfada. Não chegou à segunda. Os anfitriões perceberam. Orlando não conseguiu esconder o constrangimento. O encontro acabou mais cedo.
O mesmo poderia ter acontecido ao casamento, tantas foram as brigas provocadas pela extrema preocupação de Crucita, de 46 anos, com o que a família coloca no prato. Esse distúrbio de comportamento tem nome: ortorexia nervosa. O termo é um neologismo baseado no idioma grego. Orthós significa correto e oréxis quer dizer apetite. A ortorexia foi descrita pela primeira vez em 1997 pelo médico americano Steven Bratman, autor do livro Health food junkies (algo como Viciados em comida saudável). A ortorexia ainda não é classificada como um transtorno psiquiátrico, como a bulimia e a anorexia (caracterizadas pelo medo excessivo de engordar). Mas é possível que isso ocorra em breve.
A grande preocupação do ortoréxico não é o peso. O que o apavora é ingerir alimentos que façam mal à saúde. Ele busca a garantia de que está livre de impurezas e de que vai conseguir evitar o aparecimento de doenças. Para isso, confere rótulos e os supostos benefícios de cada produto. Preocupa-se com a origem dos alimentos e raramente come fora de casa. Segue regras alimentares rígidas e, na maioria das vezes, baseadas em conceitos equivocados sobre o que seja de fato uma dieta saudável. Prefere não comer a ingerir qualquer coisa que julgue incorreta. O resultado, na maioria das vezes, é a magreza e a falta de nutrientes essenciais.
Clássicos do pensamento ortoréxico
O que há de errado com as principais ideias seguidas por quem se preocupa demais com a alimentação
1. Carne vermelha faz mal à saúde, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e câncer A carne vermelha é uma excelente fonte de proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B. Quando consumida sem exagero (cerca de 300 gramas por semana), não vai causar câncer em uma pessoa que não tenha predisposição a isso e mantenha outros hábitos saudáveis, como o consumo de muitas frutas e vegetais e alimentos integrais
2. Produtos industrializados são sempre menos saudáveis Vários produtos industrializados (pães, frutas liofilizadas, produtos integrais) são escolhas saudáveis. A industrialização permite que tenhamos alimentos de época disponíveis o ano todo. O processo permite mais tempo de conservação e até maior segurança microbiológica. Não há problema em consumir industrializados desde que produtos in natura também façam parte da dieta
3. Leite de soja é melhor que leite de vaca O leite de vaca e seus derivados são a melhor fonte de cálcio. É a melhor escolha para pessoas que não têm alergia ou intolerância à lactose. A bebida à base de soja também é rica em proteínas. Mas não é substituta com as mesmas características do leite de vaca
4. Peito de peru é mais saudável que presunto Uma fatia de peito de peru tem 16 calorias e 0,3 grama de gordura. É quase o mesmo que uma fatia de presunto magro (15 calorias e 0,45 grama de gordura). Ambos são embutidos conservados com nitritos e nitratos, substâncias que devem ser consumidas com moderação
5. Abuse das claras de ovo. Despreze as gemas Uma clara tem 5 gramas de proteínas (a ingestão diária recomendada de proteínas é de cerca de 60 gramas). O consumo excessivo prejudica os rins e não deixa a pessoa mais musculosa. A gema contém colesterol (213 miligramas, quase o total da ingestão diária recomendada). Nem todo colesterol se acumula nas artérias. Ele participa da formação de hormônios. Nas pessoas saudáveis, o consumo de um ovo por dia não faz mal
6. Coma apenas alimentos orgânicos Seria impossível alimentar a população mundial sem o uso de defensivos agrícolas. Quando usados de forma correta, os agrotóxicos não causam danos à saúde. Alimentos orgânicos ainda são muito caros. O fato de um produto ser orgânico não significa que ele tenha mais nutrientes
7. O cozimento destrói os nutrientes; adote o crudivorismo Alguns alimentos precisam ser cozidos antes do consumo. É o caso dos cereais, que começam a ser “pré-digeridos” durante o cozimento. O processo também atenua ou elimina substâncias nocivas presentes em alguns vegetais. É verdade que parte dos nutrientes das hortaliças fica na água do cozimento. Uma solução é aproveitá-la para regar as preparações
8. Para ingerir todos os nutrientes necessários num único dia, é preciso tomar suplementos É possível obter todos os nutrientes necessários por meio dos alimentos. Suplementos devem ser usados apenas em situações especiais e com supervisão de médicos e/ou nutricionistas. Alguns suplementos prontos possuem quantidades exorbitantes de determinados micronutrientes. A longo prazo, podem causar danos ao organismo
9. Queijo amarelo faz mal. O branco está liberado Uma fatia fininha de queijo prato tem 35 calorias e 2 gramas de gordura. Uma fatia de queijo branco da grossura de um dedo tem 45 calorias e 3 gramas de gordura. Muita gente acha que o queijo branco é “magro” e exagera na quantidade
10. Invista em grãos como a quinoa A quinoa é um cereal versátil e nutritivo. Possui carboidratos de baixo índice glicêmico, é rica em vitaminas e minerais. Mas ninguém vai se tornar mais saudável apenas por comer quinoa. É possível ser saudável comendo outros tipos de grão mais baratos, como cevadinha, aveia, arroz integral e trigo
11. O vegetarianismo é sinônimo de saúde É possível ser saudável sendo vegetariano. Mas não é necessário ser vegetariano para ser saudável. Várias práticas dos vegetarianos devem ser copiadas (não fumar, não beber, consumir frutas, vegetais etc.). Mas ninguém precisa deixar de comer carne para ser saudável. Quem faz isso precisa compensar a deficiência de vitamina B12. A falta provoca anemia e mudanças no sistema nervoso
Fontes: nutricionistas Marle Alvarenga (Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares – Genta); Fernanda Pisciolaro (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – Abeso) e Tânia Rodrigues (RGNutri)
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Saiba mais
»Leia a íntegra da matéria - Quando a dieta vira doença (para assinantes)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Aproveite bem o seu dia

Aproveite bem o seu diaPor Adriano Silva 04/06/2009 – Revista Exame
Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôoda Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer amelhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha paraa morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazerqualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você quetinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones deouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segundataça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvezvocê tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminavaali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.
Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Comose jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandiros negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade deexpressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação àaposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chancesde sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras acada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você dependemais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com vocêinfeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, suatorcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia,essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Osplanos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldopositivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, asdezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agendapara resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo issofosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhepesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta aacender mais. Fim.
Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentospossíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer.Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultiveamarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo.Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje.Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Meditação sob medida

Meditação sob medida
Você sabia que é possível meditar deitado, em lugares barulhentos ou até andando? Conheça as diferentes técnicas e escolha a que mais combina com você:
Respiração - é a "pedra angular" de todas as técnicas. Sentado, com as pernas cruzadas ou deitado; concentre-se apenas em sua respiração. Pratique por 10 a 20 minutos, diariamente.
Percepção - é um "treino mental". Sente-se em uma posição confortável. Use a respiração como "base”" ao inspirar, pense "dentro", ao expirar, "fora". Os pensamentos participam, mas mantenha a "base".
Sons - não exige silêncio. Sentado, com os olhos fechados, preste atenção aos sons ao seu redor, ora concentrando-se em um só, ora no todo. Comece com 5 minutos por dia, até chegar a 20.
Andar - coordenar passos lentos com a respiração. Sinta o movimento do calcanhar no solo até os dedos, enquanto inspira e expira. Tente caminhar 20 passos em 2 direções.
Mantra - utiliza o poder da palavra e da vibração. Sentado, com as costas retas e olhos fechados. Inspire, ao soltar o ar, diga o mantra escolhido. Ideal para praticar em grupo.
Imagem - sentado e em silêncio. Mantenha a respiração e imagine uma linda rosa. Depois, veja ela saindo de seu pensamento. Repita 3 vezes.

Fonte:http://www.goodlight.com.br

terça-feira, 31 de março de 2009

Mensagem do dia:


A gente não se liberta de um hábito
atirando-o pela janela:
É preciso fazê-lo descer a escada,
degrau por degrau.


Mark Twain

Antes de tudo, acredite no amor. Relembrando.

Antes de tudo, acredite no amor.
Por Roberto Shinyashiki

O amor é inevitável na vida dos seres humanos, assim como é inevitável que a rosa exale seu perfume. Por isso, o primeiro passo para amar é acreditar no amor.
Sempre houve a crença de que Deus nos daria tudo o que a Ele pedíssemos. Mas isso não é verdade. Ele nos dá apenas aquilo em que acreditamos. Então, se alguém crê no amor, conseguirá o amor e, se acreditar na solidão, acabará só.
Em um mosteiro Zen, conduzido por dois irmãos, o mais velho era muito sábio, e o mais novo, ao contrário, era tolo e tinha apenas um olho. Para um forasteiro conseguir hospedagem por uma noite nesse mosteiro, tinha de vencer um dos monges em um debate sobre o Zen-Budismo.
Uma noite, um forasteiro foi pedir asilo e, como o velho monge estava cansado, mandou o mais novo confrontar-se com ele, com a recomendação de que o debate fosse em silêncio. Dessa forma, o monge tolo não cometeria enganos.
Algum tempo depois, o viajante entrou na sala do sábio monge e disse:
— Que homem sábio é o seu irmão! Conseguiu me vencer no debate e, por isso, devo ir embora.
O velho monge, intrigado, perguntou:
— O que aconteceu?
E escutou a resposta:
— Primeiramente, ergui um dedo simbolizando Buda, e seu irmão levantou dois simbolizando Buda e seus ensinamentos. Então, ergui três dedos para representar Buda, seus ensinamentos e seus discípulos, e meu inteligente interlocutor sacudiu o punho cerrado, à minha frente, para indicar que todos os três vêm de uma única realização.
Pouco depois, entra o monge tolo, muito aborrecido, e é saudado pelo irmão, que lhe perguntou o motivo de sua chateação. E o caolho respondeu:
— Esse viajante é muito rude! No momento em que me viu, levantou um dedo, me insultando, indicando que tenho apenas um olho. Mas, como ele era visitante, eu não quis responder à ofensa e ergui dois dedos, parabenizando-o por ele ter dois olhos. E o miserável levantou três dedos, para mostrar que nós dois juntos tínhamos três olhos. Então fiquei furioso e, com o puno cerrado, ameacei lhe dar um soco. E, assim, ele foi embora.
Essa simples história nos mostra que as pessoas sempre procuram nos outros e na vida a confirmação daquilo em que acreditam. Infelizmente, elas têm andado muito desesperançadas no amor, como se a satisfação fosse impossível, e acabaram criando um mundo de pouco amor.
Como poderemos viver sem amar? Impossível, porque, se assim for, o vazio sempre nos acompanhará. Lembre-se: o amor é inevitável na vida dos seres humanos, assim como é inevitável que a rosa exale seu perfume. Por isso, o primeiro passo para amar é acreditar no amor.

domingo, 22 de março de 2009



Cientistas americanos descobriram na África do Sul um minúsculo organismo que vive inteiramente isolado, sem oxigênio e na escuridão total das profundezas da Terra. Acredita-se que a descoberta da bactéria, descrita na edição desta sexta-feira da revista científica “Science”, tenha revelado a criatura mais solitária do planeta e forneça pistas sobre como seria possível haver vida em outros planetas.
A bactéria foi batizada decandidatus desulforudis audaxviator, em referência a uma citação em latim contida no livro Viagem ao Centro da Terra, de Jules Verne. A referência encontrada pelo personagem-herói, um “viajante audaz” (Audax viator), termina inspirando-o a empreender a jornada. A D. audaxviator foi encontrada imersa em água em uma mina de ouro na África do Sul por uma equipe do Laboratório Nacional de Berkeley, da Califórnia (Estados Unidos).
Cientistas dizem que a bactéria é “completamente auto-suficiente” - é composta dos elementos que a circundam, incluindo carbono e nitrogênio, retira energia do hidrogênio e do sulfato e se reproduz dividindo a si mesma. “Isso é algo que sempre especulamos.Mas encontrar isso aqui na Terra é a confirmação da idéia de que se pode, na verdade, condensar os elementos originais de todo um ecossistema em um único genoma”, afirmou um dos pesquisadores, Dylan Chivian.
Primórdios
Os cientistas afirmam que a bactéria compõe 99,9% dos organismos que habitam a falha na qual foi encontrada - ou seja, vive completamente isolada de outras criaturas, em um ambiente quente, escuro e com oxigênio rarefeito. Chivian diz que a descoberta pode dar pistas sobre como eventuais organismos vivos poderiam sobreviver em planetas que, diferente da Terra, não contêm grande oferta de oxigênio. ”Em seus primórdios, a Terra e outros planetas não possuíam muito oxigênio, e a vida evoluiu para encontrar maneiras de obter energia”, afirmou Chivian. ”Se um dia descobrirmos a vida em outros planetas, pode muito bem ocorrer de (os organismos) viverem sem oxigênio, extraindo sua energia de elementos químicos como o sulfato.”
Por Fenrir

sábado, 21 de março de 2009

Como surgiu a astrologia

Como surgiu a astrologia
Todo mundo adora ler o horóscopo e saber as previsões para os signos. Mas poucos sabem como a Astrologia surgiu. Alguém já parou para pensar quem foi o responsável por nos proporcionar esse conhecimento?
Existem relatos de que os primeiros escritos sobre os astros surgiram no Egito, cerca de 4.200 a.C., mas, nessa época ainda não existia divisão entre Astrologia e Astronomia. Aliás, no início, esses estudos tinham o mesmo objetivo.
Então, como aconteceu a divisão? Copérnico já estudava os movimentos planetários e deu grandes contribuições para a Astronomia. Mas foi Kepler que deu o primeiro passo para a Astrologia, em 1602, estudando como o Sol e a Lua influenciavam os acontecimentos na Terra.
Essa divisão acentuou a popularização da Astrologia, que hoje em dia é muito mais comentada do que a Astronomia e desperta o interesse de todos. E a diferença entre os dois estudos é grande. A Astronomia é uma ciência que estuda os movimentos dos astros, baseada na física e na matemática. A Astrologia é a explicação de como os astros influenciam os acontecimentos da Terra.
O uso da Astrologia era feito somente para previsões. Com o passar do tempo ela deixou um pouco o lado previsivo e passou a ser uma técnica de autoconhecimento. Existem outras vertentes da Astrologia, como por exemplo, a Astrologia Ocidental e a Oriental.
Fonte:http://www.zastros.com.br/VerMateria.aspx?mat=62&cat=4

quarta-feira, 11 de março de 2009

Mente vazia mente tranquila. (Monja Coen)

Alguns dizem que é preciso esvaziar a mente. Eu pergunto: como esvaziar o que já está vazio?
Há uma história Zen muito interessante. Certo dia um jovem aspirante pediu ao Mestre Zen que aquietasse sua mente. O Mestre disse:
—“Traga sua mente aqui, entregue-a a mim e eu a aquietarei.”
O jovem saiu procurando pela mente. Onde estaria? Seria pensamentos, memórias? Seria silëncios e quietude? Seria sonhos e pesadelos? Seria feita de palavras, conceitos? Seria apenas a massa encefálica, a matéria? O jovem pensava e não pensava. Cada vez que acreditava ter apanhado a mente, percebia que ela fugia, que já estava em outro pensamento, em outra idéia. Que o próprio conceito se desfazia. Cansado, voltou a procurar o Mestre e disse:
—“Senhor, é impossível apanhar a mente.”
O Mestre disse com alegria:
—“Pois então, já está aquietada.”
O jovem se reverenciou em profunda gratidão, pois pela primeira vez compreendia, que a mente não é algo fixo e constante, mas flui com o fluir da vida, sem que possa jamais se fixar quer em inquietude ou em silêncio, quer em alegria ou tisteza, quer em iluminação ou delusão.
Outra história do século VII na China foi a seguinte: o abade de um grande mosteiro pediu a seus monges que fizessem um poema no qual expressassem sua compreensão dos ensinamentos de Buda. O Chefe dos Monges, muito querido e respeitado pelos seus mais de mil companheiros, escreveu solenemente:
“O corpo é a árvore Bodhi*,A mente é como um espelho brilhanteCuide para mante-la sempre limpaNão permitindo que o pó se assente”
Um jovem semi-alfabetizado, que ajudava separando a palha do arroz viu o poema na parede, pediu que alguém o lessse e exclamou:
—“Não é isso”
e pediu a um monge letrado que escrevesse seu poema:
“O corpo não é a árvore BodhiA mente não é como um espelho brilhanteSe não há nada desde o princípio Onde o pó se assenta?”
Este segundo poema reflete a essência dos ensinamentos do Sexto Ancestral da China, o Venerável Mestre Hui-neng e do Zen.
A prática da meditação do Zazen não é para polir o espírito, não é para limpar a mente, não é para esvaziar nada. É tornar-se uno com nosssa essência verdadeira, com aquele Eu imenso que contem todos os sentimentos, emoções, percepções, formações mentais, consciência e a forma física.
Retornar à verdade e ao caminho é retornar à vida. Assim falamos em renascer. Deixar morrer idéias abstratas e fantasiosas sobre estar separado do tudo e dos outros e perceber a sabedoria suprema presente em todos os seres, vivenciá-la, tornar-se uno com todos os Budas e Ancestrais do Darma.
Basta perceber que nada é fixo, nada permanente – isto é o vazio. A mente vazia é aberta e flexível. Chora e ri. Pensa e não pensa. Não precisa ser esvaziada – já é vazia. Sendo vazia é clara e iluminada, em constante atividade e transformação.
Apenas escolha com o que alimentá-la. Você mesma(o) é o programa e o programador, o computador e seus acessórios. Cuide-se bem.
Mãos em preceMonja Coen
* (Bodhi – do Sânscrito iluminação)
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Transcrevo um texto de Mestre Doshin (580-651) considerado o Quarto Ancestral da China
“Todos os ensinamentos de Buda estão centrados na Mente, de onde incomensuráveis tesouros surgem. Todas as faculdades sobrenaturais e suas transformações reveladas na disciplina, meditação e sabedoria são suficientemente contidas em sua própria mente e nunca saem dela. Todos os obstáculos em obter-se bodhi surgem das paixões que geram carma e são originalmente não-existentes. Cada causa e cada efeito é apenas um sonho. Não há mundo triplo a abanonar nem bodhi a ser procurado. A realidade interna e a aparência externa do ser humano e das mil coisas são idênticas. O Grande Caminho é ilimitado e transcende a forma. Livre de pensamento e de ansiedade. Agora você entendeu o ensinamento de Buda. Não há nada faltando em você e você não é diferente de Buda. Não há outra maneira de obter o estado de Buda além de permitir sua mente ser livre em si mesma. Não contemple nem tente purificar sua mente. Deixe que não haja apego nem aversão, ansiedade nem medo. Esteja completamente aberta e absolutamente livre de todas as condições. Esteja livre para ir em qualquer direção que queira. Não aja para fazer o bem, nem procure o mal. Quer ande ou fique, sente ou deite, e seja o que for que aconteça a você, tudo são as maravilhosas atividades do Grande Iluminado. Tudo é alegria, livre de ansiedade – isto é chamado Buda.”
É preciso entender que estamos falando do ponto de vista do absoluto, de quem percebeu e se tornou o próprio corpo de Buda, que são em si os Preceitos, a Disciplina, a Meditaçao e a Sabedoria. Alguns podem interpretar erroneamente que fazer qualquer coisa é ação iluminada. Só se é Buda quando há a verdadeira compreensão do Caminho, que é tornar-se o Caminho de Sabedoria e Compaixão.
Não é ser bonzinho, nem querer ser mau. É tornar-se o próprio Bem.
Mente vazia e livre, clara e ativa em tranqüilidade, tranqüila em atividade.
Possam todos os seres se beneficiar

Bagunça amiga. Porque um pouco de caos é legal.

Desordem e progresso.
O sonho de viver em casas clean e organizadas, ter metas rígidas e conseguir manter nossos relacionamentos sob controle está com os dias contados? Veja (em uma matéria bem organizadinha) que um pouco de caos pode ser benéfico em nossa vida.

texto Liane Alves (site:
www.revistavidasimples.com.br)

Caixas de cerejas estão sendo descarregadas na cozinha e se amontoam pelos cantos. Sobre as duas mesas grossas de madeira, três queijos de ovelha, dois de cabra, garrafas de vinho a serem degustadas no almoço. Nos ganchos pendentes do teto, réstias de cebola e alho, linguiças, tachos de cobre, panelas de ferro. Prateleiras abrigam potes de cerâmica de matizes esmaecidos cheios de colheres de pau, desgastadas pelo tempo. Nada mais aleatório e, paradoxalmente, nada tão sublime. Cenas como essa podem ser presenciadas em cada canto da Itália rural, com suas casinhas vermelhas e seus janelões verde-água, sobrados ocre com venezianas azulão, palacetes rosa-forte com portões laranja. Mais do que ninguém, os italianos conhecem como transformar o caos numa experiência estética deslumbrante. O país inteiro é uma palheta e a beleza nasce da diversidade, espontaneidade e criatividade proporcionadas por um amor apaixonado por tudo aquilo que é não estruturado, imprevisível e, de preferência, longe da ordem convencional. Isto é, pelo que chamamos de bagunça.
Mas tem um segredinho aí. É óbvio que essa não é uma bagunça comum e que há algo especial nela. Ela nasce da flexibilidade diante da desordem do cotidiano, da aceitação da imperfeição, de um jeito mais natural de viver. Certamente é uma desordem com raízes humanistas, que está ligada a valores como aproveitar bem a vida sem se preocupar demais e não se importar muito com o que está desgastado ou fora de ordem. São lições vindas de uma compreensão mais profunda sobre a fugacidade da existência e a relatividade das coisas. Aprender como deixar o caos entrar sem se perder nele pode trazer novas. E, talvez, mais felicidade.
Mas é melhor ser bagunceiro? Não, embora os bagunceiros pareçam mais simpáticos (principalmente quando não se convive demais com eles). Temos a tendência de nos enternecer com quem não tem a vida estruturada. De alguma forma, nos parece mais humano, mais pertencente a este mundo imperfeito. Isso acontece porque vivemos debaixo da ordem e da linearidade. “Durante a Renascença, tivemos o desenvolvimento equilibrado e integrado do homem, que contemplava tanto as atividades do lado esquerdo (lógica, raciocínio, hierarquia) quanto das do lado direito (criação, experiência estética, contemplação). De pois essa vivência se dividiu: a ciência dominou a parte lógica e a religião ficou com o sagrado e o artístico”, diz a consultora empresarial Dulce Magalhães, dou tora em filosofi a e autora do Manual de Disciplina para Indisciplinados.
E tem gente que leva a ordem muito a sério. “Um dia, fui à casa de um amigo, um grande diretor de arte de uma agência publicitária, e descobri que o interior de sua geladeira estava todo diagramado: ovos e verduras ao lado de potinhos e produtos importados, caixinhas milimetricamente dispostas perto de salsões e tomates”, conta a publicitária Maria Patrícia de Assis. “Quando tirava algo do lugar, ele dava um passinho para trás para ver como iria rearranjar o espaço.”
Tanto o excesso de ordem como a bagunça exagerada podem indicar distúrbios. “A neurose significa que temos uma deformação ao olhar para a realidade. Por algum motivo, a interpretamos de forma desequilibrada, gerando problemas para nós mesmos e os outros”, afirma a psicóloga Yooko Suyama, psicóloga e diretora de desenvolvimento humano da Associação Viva e Deixe Viver. Mas, como já temos uma pressão social para nos encaixarmos dentro de uma forma, que após a revolução industrial nos exige ordem, uniformidade e perfeição, o ideal é arejar um pouco e integrar um pouco mais de caos e desestruturação em nossa vida.
Gente baguncada é mais criativa? Depende. O melhor é buscar o equilíbrio entre o cálculo e a bagunça. “Todo planejamento é também uma expectativa. Isso significa que há algo que se espera que ocorra e, portanto, há pouco espaço para a percepção daquilo que não está previsto. A criatividade exige uma percepção expandida, um pensamento lateral, que não é o linear e já define que tal causa terá tal efeito”, diz a consultora Dulce Magalhães. “A melhor forma de se organizar é colocar-se num campo intencional, escolhendo o que se deseja alcançar, mas sem enquadrar demais os processos e métodos, buscando construir o processo à medida que o mesmo ocorre. É claro que tudo depende de que propósito estamos falando, pois um processo industrial exige um planejamento nos mínimos detalhes, mas a vida é um campo mais vasto e há muito que simplesmente não pode ser previsto”, afirma.
A artesã e ex-professora de educação artística Angélica Rodrigues sabe bem disso. Mineiramente, dispõe suas peças de artesanato por toda a casa (um apartamento de sala e quarto) à espera de inspiração para terminá-las. Elas ficam, então, no aguardo da decisão de sua dona. No momento em que a entrevistei, ela estava com bolas de isopor à espera dos fitilhos certos para o seu arremate, um presépio que aguardava as fi gurinhas de Jesus, José e Nossa Senhora, guirlandas de tecido prontas para receberem rendinhas e bordados e vários bonequinhos na expectativa de decoração com lantejoulas e vidrilhos. Fosse apenas isso... Espalham-se também pela casa caixas de tudo o que ela usa em seu trabalho: botões, cordões, novelos, linhas, tecidos, colas, tintas, pincéis, lápis de cor, canetinhas. “Já que não posso evitar as caixas, elas ficam todas aparentes, mas enfeitadinhas. Decoro cada uma delas”, diz, demonstrando seu amor imenso por esse universo multicolorido e (aparentemente) caótico. “Entre uma casa bonitinha e sempre em ordem e o prazer de trabalhar, optei pelo prazer de trabalhar.” Não existe resposta para esse argumento, existe?
Angélica também diz que essa vida a faz feliz. Diante da multiplicidade de suas caixas e sua organização caótica, ela aprendeu a ter paciência consigo mesma (sempre se dá 15 minutos de prazo até achar alguma coisa...), bom humor e fl exibilidade diante dos seus limites e a ter a grande generosidade de se perdoar. “Todo mundo erra e tem defeitos. Não existe perfeição. Quando entendo e perdoo a mim mesma, fica mais fácil perdoar os outros.” Essa tolerância se estendeu a algumas de suas peças. “Outro dia fiz um anjo tortinho e não quis arrumá- lo. Preferi deixá-lo assim. A imperfeição o humaniza. Ela abre espaço para o erro, para o que escapuliu da ordem, do rigor”, diz. Para ela, não adianta insistir demais com a perfeição e a ordem porque, no fundo, todos nós somos assim, anjos tortinhos.
Por que tememos caos, afinal? Nós nos estruturamos demais porque temos pavor de que a realidade fuja ao nosso controle. A sensação de que podemos nos prejudicar com a instabilidade da vida ou de perder a quem amamos por causa de acontecimentos imprevisíveis mina nossa segurança. Por isso, gostamos tanto da rotina, do que é linear e previsível, do que não muda. Um pouco disso é essencial para nossa saúde psíquica. O problema acontece quan do nos esquecemos de que o excesso de controle asfixia e pode acabar com todas as chances de mudança em nossa vida. Porque a mudança tem mais facilidade de ocorrer exatamente onde não há um espaço estruturado.
Talvez a gente não se preocupasse tanto em manter a ordem se aprendêssemos um pouquinho sobre a Teoria do Caos, uma teoria científi ca formulada em 1960 pelo meteorologista americano Edward Lorenz. Ela diz que há uma ordem intrínseca até mesmo no caos. O que nos parece caótico, como o turbilhão de água numa cachoeira, por exemplo, tem um padrão, uma sequência. Eles são difíceis de serem definidos, mas existem. “A Teoria do Caos, na verdade, deveria se chamar teoria da ordem oculta do caos”, diz Salete de Oliveira Buffoni, que ensina esse difícil tema na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal Fluminense.
É exatamente o argumento que a maioria dos bagunceiros emprega: de que há uma ordem na bagunça que só eles conhecem. O administrador de empresas Luiz Eduardo divide as pilhas de papéis na estante ou em cima da sua mesa por estratos. Olha de lado e sabe exatamente de onde tirar a pasta que quer. As roupas que ficam em cima da cama (até um dia ele resolver arrumar os armários) estão separadas por um critério inconfundível: são as mais limpas. Mesmo estando seguro de que a sua opção é a mais correta, ele prefere não se identificar: não seria bom para a imagem de alguém que administra empresas, embora a administração com uma margem de caos incluída seja a mais nova onda nos Estados Unidos.
“As pessoas e as empresas desorganizadas se comportam de maneira diferente das organizadas, uma diferença que pode oferecer vantagens. Um sistema metódico e organizado precisa combater constantemente a aleatoriedade. Quando essa inevitavelmente consegue se infiltrar, o sistema fica confuso. Por outro lado, ser aberto a certo nível de aleatoriedade possibilita que esta trabalhe a nosso favor”, dizem os autores do livro Uma Bagunça Perfeita, Eric Abrahamson e David H. Freeman. Eles citam, como exemplo (um tanto maléfi co, por sinal), a organização terrorista Al-Qaeda, que, por ser não hierárquica, organizada e previsível, é capaz de driblar com agilidade os sistemas organizados de segurança americanos.
Nossa ilusão em querer a vida (ou o espaço dentro de casa) sob controle ficaria seriamente abalada com a outra proposição da Teoria do Caos: de que mudanças mínimas, mas contínuas, podem causar transformações gigantescas. Lorenz exemplifi cou essa parte da teoria com o título dramático de um dos seus mais famosos artigos: Previsibilidade: Pode o Bater das Asas de uma Borboleta no Brasil Desencadear um Tornado no Texas? Ele chamou essa correlação de forças de “efeito borboleta”. A conclusão de Lorenz é que é simplesmente impossível querer controlar todas as inúmeras variáveis que podem ocasionar uma mudança, sendo possível apenas observá-las.
Bagunca é mesmo igual a caos? Dulce Magalhães estabelece uma divisão sutil entre bagunça e caos. “Eles não são exatamente a mesma coisa. A bagunça é um estado de confusão, enquanto o caos é um estado de múltiplas possibilidades”, diz. Segundo ela, alguém que está em meio a uma verdadeira bagunça não consegue nem pensar direito, quanto mais criar. Já o caos é um estado de complexidade, quando temos muita informação, mas ainda não definimos que rumo vamos dar a isso. É quando podemos modelar a vida com esse material da forma mais criativa possível”, afi rma. Já pessoas muito sistemáticas, com comportamentos rigidamente padronizados, costumam não ter abertura para novas possibilidades, pois têm a tendência a “defender” sua forma de fazer e agir. Isso é por si só já um condicionamento. “Também para o caos há uma medida para que possamos navegar sem naufragar. É fundamental ter um preparo prévio, certa ordem estabelecida, que pode ser fruto de estudo, experiência, aconselhamento, enfi m, de algo que dê diretrizes interiores e permita que possamos lidar com o caos e não nos perder nele.”
É verdade. Pablo Picasso tinha o completo domínio de vários estilos de pintura e desenho antes de se desestruturar no cubismo. É bom deixar o caos entrar na vida, mas, para navegar com fl uidez nele, sem dúvida, é preciso certa cancha.
Como a busca da perfeicão afeta nossa vida? O estresse é fruto é uma resposta rígida, congelada, diante de uma expectativa frustrada. “Toda expectativa é um mapa e a realidade é o território. Se na prática as coisas não saem como a gente quer, não adianta se aborrecer e dizer que a realidade está errada e o mapa é que está certo. Precisamos imediatamente atualizar o mapa e perceber que é com essa nova realidade que vamos lidar e assim fl uímos para o próximo passo sem estresse nem atritos”, aconselha a consultora Dulce Magalhães. Todo desequilíbrio, portanto, é consequência direta de nossa difi culdade de ajustar nossa percepção à realidade vigente. E toda doença é um desequilíbrio.
Vamos combinar uma coisa: certinhos e perfeccionistas provavelmente vão continuar certinhos e perfeccionistas até o fi m da vida, assim como os bagunceiros renitentes também irão se manter fi éis aos seus princípios até morrer. Ninguém vai mudar seu estilo por causa de uma matéria. Mas que dá para diminuir a intensidade das neuroses, isso dá. O negócio é tentar ser um bagunceiro um pouco mais arrumadinho ou um fi ssurado pela ordem mais relaxado. É aí, na busca de equilíbrio, que está o segredo. A gente só precisa se convencer de que isso nos irá trazer novas possibilidades, alegrias e oportunidades – para mudar.

LIVROS
Uma Bagunca Perfeita, Eric Abrahamson e David H.Freedman, Rocco
Manual da Disciplina para Indisciplinados,Dulce Magalhães, Saraiva

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Por que os orgânicos são melhores para nossa saúde?
Ana Elisa Feliconio, especialmente para o Sítio do Moinho
Influência do sistema de produção sobre a qualidade dos alimentos orgânicos
Segundo a Instrução Normativa 007 de 1999(NR007, 1999), os sistemas de produção de alimentos para receberem a denominação de orgânicos devem, obrigatoriamente, garantir ao consumidor a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente. Isso significa não empregar nenhum produto ou método que possa comprometer a saúde humana ou do meio ambiente. Por esta razão é que não são aceitos na produção de alimentos de origem vegetal o uso de agrotóxicos e adubos sintéticos altamente solúveis e na produção animal hormônios sintéticos de crescimento, aditivos químicos ou tratamento veterinário à base de remédios alopáticos.Vale salientar que, não basta substituir insumos proibidos por outros produtos extraídos da natureza, de origem marinha ou retirados de plantas e rochas. Todas as práticas são pensadas para prevenir o aparecimento de doenças em plantas e animais. No caso da produção animal significa criar condições para o bem-estar dos bichos do momento em que nascem até o abate, feito através de práticas indolores. Também significa deixar-lhes ao menos um período do dia desfrutarem de espaço aberto e luz solar, criar instalações de descanso sempre limpas, confortáveis e ventiladas, permitir que expressem comportamentos naturais de movimentação, alimentação e reprodução, por exemplo.
Na produção de alimentos vegetais, os sistemas orgânicos, voltam-se para os solos, incrementando sua estrutura física e fertilidade naturais, de forma que ao nutrir os solos e os microorganismos que nele vivem, as plantas serão indiretamente beneficiadas, uma vez que são através das raízes que elas se alimentam. Por isto que popularmente se diz que a boca da planta fica embaixo do solo, deixando clara a importância de se cuidar da mãe terra para manter as lavouras saudáveis. Contudo, não apenas os solos onde são semeados os cultivos são cuidados, o princípio da conservação ambiental é estendido para toda a propriedade. Ou seja, na propriedade também deverão ser preservados todos os recursos naturais existentes, tais como: nascentes de água, rios, matas ciliares, fragmentos florestais em locais proibidos de desmatamento ou com espécies de animais silvestres ameaçadas de extinção. O cumprimento da legislação ambiental existente é uma condição mínima para a propriedade ser reconhecida pelas entidades certificadoras de produtos orgânicos.
Essa visão integradora, abrangente, chamada de holística é fundamental para gerar um padrão de qualidade que vai muito além da isenção de substâncias tóxicas nos alimentos orgânicos. Inclui também a qualidade ambiental das propriedades, as quais passam a se responsabilizar pelas conseqüências de sua atividade comercial. E este é um importante diferencial da produção de alimentos orgânicos, ainda mais quando pensamos nas seqüelas que os cultivos e pastagens convencionais deixam no meio ambiente: erosão dos solos, contaminação de rios e águas subterrâneas com adubos químicos e agrotóxicos, desmatamento e queimadas de florestas, assoreamento de rios e destruição de matas ciliares e nascentes, entre outras.
Nutrição e a qualidade dos alimentos orgânicos
O valor medicinal dos alimentos é conhecido desde a antiguidade. No Egito, por exemplo, alho e cebola entravam na alimentação dos escravos para que não adoecessem durante a construção das pirâmides. Já no século XX, os cientistas comprovaram que o alho possui substâncias a base de enxofre, como a alicina, capaz de inibir o desenvolvimento de bactérias, de destruir fungos, de estimular o fluxo das enzimas digestivas e de eliminar toxinas através da pele (Constance et al.2005). Também já foram comprovadas propriedades antiinflamatórias da cebola, de forma que o que antes era apenas um conhecimento prático de nossos antepassados, adquiriu o status de ciência. Essa ciência chama-se nutracêutica e estuda as propriedades dos alimentos funcionais ou nutracêuticos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) alimentos funcionais são aqueles capazes de desempenharem papel metabólico ou fisiológico benéficos à manutenção da das funções normais do organismo (expressa na condição de saúde), além de seu conteúdo de nutrientes (proteínas, vitaminas e sais minerais) (ANVISA, 1999).
São, portanto, alimentos que além de nutrirem fortalecem nosso sistema imunológico, prevenindo o aparecimento de doenças. A preocupação em investigar a função do alimento dentro dos complexos processos metabólicos que ocorrem em nosso corpo e buscar sua relação com a prevenção ou tratamento de doenças crônicas demonstra a evolução das pesquisas em nutrição no século XX e início do XXI. Evolução que ocorreu não apenas nas técnicas, mas sobretudo na capacidade de ir além de aspectos meramente quantitativos (teores brutos de proteínas, vitaminas e sais minerais), buscando compreender também os aspectos qualitativos de nossa dieta.
Além dos parâmetros que já são mensuráveis pela ciência ocidental, existem outros mais difíceis de serem quantificados. É o caso do conceito de “energia vital” dos alimentos. Assim como todo universo é feito de matéria e energia, os alimentos, as pessoas e todos os corpos físicos irradiam determinadas freqüências de energia que expressam sua condição de estabilidade (entendida pelos médicos como saúde) ou de desequilíbrio orgânico ( que aparece na forma de doenças). O diagnóstico de doenças através da medição de campos energéticos pode ser feito por meio de diversas técnicas na medicina alternativa, nas áreas de iridologia, radiestesia (que utiliza pêndulos), cromoterapia, entre outras.
Apesar de ser um conceito pouco conhecido e de difícil mensuração pelos métodos tradicionais de análise de alimentos, o termo energia vital é importante para nos lembrar que todo o alimento in natura ou cru é um ser vivo. Ou seja, uma fruta ou uma hortaliça respira, transpira, tem reações metabólicas até ser decomposta completamente por microorganismos no processo de apodrecimento. Intuitivamente, compreendemos essa dinâmica de vida quando selecionamos numa banca de legumes e verduras aqueles que nos parecem mais “frescos” ou “menos maduros”, pois quanto mais jovem for o alimento maior será o seu conteúdo de vitaminas, proteínas e sais minerais, e também sua energia vital.
Por essa razão que é mais fácil encontrarmos em feiras, comercializadoras ou restaurantes de orgânicos, alimentos como os brotos (de alfafa, feijão, bambu) e sementes(girassol, linhaça, abóbora). Seu consumo nas dietas naturalistas é altamente recomendado não apenas por serem fontes ricas em vitaminas, sais minerais, óleos ou proteínas, mas também por conterem hormônios vegetais que beneficiam a desintoxicação ou melhoram a imunidade das nossas células (IBD: Berbaum, 2005).
O mesmo raciocínio é válido para a comparação entre alimentos integrais (trigo, arroz) e processados. Os primeiros, por conterem o germe (porção germinativa da semente) também possuiriam mais energia vital que os processados, além do maior conteúdo de vitaminas A e E, já comprovado em pesquisas. E qual a relação disto com os sistemas orgânicos?
Segundo a Instrução Normativa 007 de 1999 (NR007,1999), o beneficiamento do arroz, por exemplo, deve ser feito de modo a mantê-lo integral (preservando suas vitaminas e fibras) ou então parabolizado (processo que devolve para o interior dos grãos parte das vitaminas perdidas com a retirada da casca). O arroz não pode ser branqueado, assim como o açúcar, que ao não passar por este processo deixa de receber enxofre. Se o açúcar orgânico for do tipo mascavo (resultante do cozimento e bateção e peneiramento do melado da cana ) ele ainda conservará teores importantes de ferro, cálcio e magnésio. Já o trigo passa por moinhos de pedra, que conservam o seu germe e as vitaminas nele contidas.
Em termos de quantidade de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), praticamente não há diferenças entre os alimentos orgânicos e os convencionais. Mas, no que diz respeito aos micronutrientes (minerais, vitaminas e fitoquímicos, antibióticos naturais sintetizados por todas as plantas), os orgânicos destacam-se. De acordo com a nutricionista Elaine de Azevedo, a maior "energia vital" de frutas, legumes e verduras produzidos livres de agrotóxicos e adubos sintéticos solúveis está nos micronutrientes (Vida Simples, 2003).
Outra vantagem dos alimentos orgânicos é que, quando processados, estão livres de aditivos ou conservantes sintéticos potencialmente cancerígenos, como os nitratos e nitritos (usados para conservação de carnes). Também não possuem adoçantes, corantes ou flavorizantes (para dar sabor) artificiais que possam causar além de câncer, alergias, asma ou danos ao cérebro. Todas essas substâncias estão citadas como de uso proibido nas normas de certificação desses alimentos (NR 007,1999).
No que diz respeito à durabilidade de frutas, legumes e verduras orgânicas, já se verificou que eles têm menos água em sua composição se comparados aos convencionais.(Vida Simples, 2001). Significa dizer que a proporção tecidos vegetais/teor de água é maior nos orgânicos. Menor teor de água no interior dos tecidos significa também menor proliferação de bactérias e maior durabilidade em casa se comparados aos convencionais.
Por último, vale lembrar a influência do modo de preparo em casa sobre a qualidade dos alimentos. O uso excessivo do forno microondas ou do cozimento de vegetais em panelas de pressão (calor úmido) alteram as quantidades de proteínas, vitaminas e minerais potencialmente assimiláveis pelo nosso organismo (biodisponíveis), prejudicando a ingestão de nutrientes e a manutenção da saúde. Veja o que diz uma especialista em bionutrição: os alimentos tratados de forma desnaturante contribuem acentuadamente para engendrar um déficit da imunidade tanto no adulto como na criança. Nesta última, é a própria construção do sistema imunológico que será alterada (IBD:Berbaum, 2005).
Assim, podemos concluir que a qualidade de um alimento possui uma dimensão muito maior do que o simples conteúdo nutricional dos rótulos nas embalagens ou da aparência de frutas, legumes e verduras nas bancas de venda. É um conceito que abrange desde as práticas produtivas, passando pelo armazenamento, transporte, conservação, processamento e preparação final do alimento para consumo. Precisa do comprometimento do agricultor passando pelos transportadores, comerciantes e finalmente do consumidor para que um alimento possa expressar todo seu potencial de manutenção da saúde e prevenção de doenças. A boa notícia é que esse comprometimento ao longo de toda cadeia de produção já existe no mercado orgânico de alimentos, que sofre a permanente fiscalização das entidades certificadoras do setor. E mais: trata-se de um controle de qualidade que além de garantir alimentos mais saudáveis para os consumidores, também preserva a saúde dos agricultores e promove a conservação dos ecossistemas naturais. Impossível ser mais saudável.
Bibliografia Citada
ANVISA. Aprova o regulamento técnico de procedimentos para o registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e/ ou de saúde em sua rotulagem. Brasília: Resolução n.19 de 30/04/1999.
BERBAUM, Maria-Laure S. Uma alimentação de Qualidade para um homem pensante. In:
www.ibd.com.br; 2005.
CONSTANCE, Mariana A; BONAVENTURA A D. L.; AZAR, L. Seminário de Alho.In: Tecnologia em Gastronomia: noções de nutrição.
http://www.unirio.br/gastronomiavancada/alho/seminariodealho.htm
INSTRUÇÃO NORMATIVA 007 DE 19 DE MAIO DE 1999. Dispõe sobre normas para a produção de produtos orgânicos vegetais e animais. Brasília, 1999.
VIDA SIMPLES. Você é o que você come. São Paulo: Abril; n.12; dez.2003.

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O que é um produto orgânico?
Um produto orgânico é muito mais que um produto sem agrotóxicos e sem aditivos químicos. É o resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos, etc.), conservando-os a longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos.
Para ofertar ao consumidor alimentos saudáveis e mais nutritivos, o agricultor necessita trabalhar em harmonia com a natureza, recorrendo aos conhecimentos de diversas ciências como a agronomia, ecologia, sociologia, economia e outras.
A produção orgânica obedece normas rígidas de certificação que exigem, além da não utilização de agrotóxicos e drogas venenosas, cuidados elementares com a conservação e preservação de recursos naturais e condições adequadas de trabalho.
Fonte:
www.ibd.com.br

sábado, 24 de janeiro de 2009

PRAZER PELA METADE Leila Ferreira
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido ? Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí à vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação. O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano. A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco. Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil'). Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai. Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão... Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado': deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos. Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções. lAté Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'... Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado. Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora. Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ? Não necessariamente nessa ordem. Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Água com açúcar acalma?

Não, essa receita antiga, usada para acalmar pessoas que passaram por alguma situação de susto e tensão não passa de crendice popular. “Quando o açúcar é metabolizado pelo organismo, ele se transforma principalmente em glicose, que é uma fonte de energia e não tem nenhum efeito tranqüilizante ou sedativo”, diz a endocrinologista Adriana Teloglia, professora do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo. “Apesar disso, o açúcar pode provocar uma sensação de bem-estar por causa da produção de certos neurotransmissores, como a serotonina. Essa sensação de bemestar é muitas vezes confundida com o tal efeito relaxante que muita gente acredita que a mistura de água com açúcar tem”, diz a farmacêutica mineira Denise Polato de Lima. Ao mesmo tempo, a ingestão do líquido pode ter um bom efeito psicológico e acabar funcionando como um placebo, acalmando por auto-sugestão. Os especialistas afirmam, no entanto, que contar até dez ou respirar fundo por alguns minutos são técnicas muito mais eficazes para conter o nervosismo e recuperar a tranqüilidade. Outra saída é recorrer a alguns calmantes naturais, como os chás de camomila ou de erva-doce.
Fonte:http://vidasimples.abril.com.br/100respostas/conteudo_258551.shtml
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