sexta-feira, 27 de maio de 2011

PENSAMENTO E VIDA FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

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FAMÍLIA
A família consangüínea, entre os homens, pode ser apreciada como o
centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis
que o pretérito nos devolve.
Certo, não incluímos aqui os Espíritos pioneiros da evolução que,
trazidos ao ambiente comum, superam-no, de imediato, criando o clima mental
que lhes é peculiar, atendendo à renovação de que se fazem intérpretes.
Comentamos a nossa posição no campo vulgar da luta.
Cada criatura está provisoriamente ajustada ao raio de ação que é capaz
de desenvolver ou, mais claramente, cada um de nós apenas, pouco a pouco,
ultrapassará o horizonte a que já estenda os reflexos que lhe digam respeito.
O homem primitivo não se afasta, de improviso, da própria taba, mas aí
renasce múltiplas vezes, e o homem relativamente civilizado demora-se longo
tempo no plano racial em que assimila as experiências de que carece, até que
a soma de suas aquisições o recomende a diferentes realizações.
É assim que na esfera do grupo consangüíneo o Espírito reencarnado
segue ao encontro dos laços que entreteceu para si próprio, na linha mental em
que se lhe caracterizam as tendências.
A chamada hereditariedade psicológica é, por isso, de algum modo, a
natural aglutinação dos espíritos que se afinam nas mesmas atividades e
inclinações.
Um grande artista ou um herói preeminente podem nascer em esfera
estranha aos
sentimentos nos quais se avultam. É a manifestação do gênio pacientemente
elaborado no bojo dos milênios, impondo os reflexos da sua individualidade em
gigantesco trabalho criativo.
Todavia, na senda habitual, o templo doméstico recine aqueles que se
retratam uns nos outros.
Uma família de músicos terá mais facilidade para recolher companheiros
da arte divina em sua descendência, porque, muita vez, os Espíritos que
assumem a posição de filhos na reencarnação, junto deles, são os mesmos
amigos que lhes incentivavam a formação musical, desde o reino do Espírito,
refletindo-se reciprocamente na continu idade da ação em que se empenham
através de séculos numerosos.
É ainda assim que escultores e poetas, políticos e médicos, comerciantes
e agricultores quase sempre se dão as mãos, no culto dos melhores valores
afetivos, continuando-se, mutuamente, nos genes familiares, preservando para
si mesmos, mediante o trabalho em comum e segundo a lei do renascimento, o
patrimônio evolutivo em que se exprimem no espaço e no tempo. Também é
ar, de conformidade com o mesmo principio de sintonia, que vemos
dipsõmanos e cleptomaníacos, tanto quanto delinqüentes e enfermos de ordem
moral, nascendo daqueles que lhes comungam espiritualmente as deficiências
e as provas, porqüanto muitas inteligências transviadas se ajustam ao campo
genético daqueles que lhes atraem a companhia, por força dos sentimentos
menos dignos ou das ações deploráveis com que se oneram perante a Lei.
A tara familiar, por esse motivo, é a resultante da conjunção de débitos,
situando-nos no plano genético enfermiço que merecemos, à face dos nossos
compromissos com o mundo e com a vida. Dessa forma, somos impelidos a
padecer o retorno dos nossos reflexos tóxicos através de pessoas de nossa
parentela, que no-los devolvem por aflitivos processos de sofrimento.
Temos assim, no grupo doméstico, os laços de elevação e alegria que já
conseguimos tecer, por intermédio do amor louvavelmente vivido, mas também
as algemas de constrangimento e aversão, nas quais recolhemos, de volta, os
clichês inquietantes que nós mesmos plasmamos na memória do destino e que
necessitamos desfazer, à custa de trabalho e sacrifício, paciência e humildade,
recursos novos com que faremos nova produção de reflexos espirituais,
suscetíveis de anular os efeitos de nossa conduta anterior, conturbada e infeliz

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