Tuesday, 08 November 2011, 06:49 | Tags: casulo, perdida, transformação | 3 comentários
Postado por Clarissa PorciunculaFiquei um tempo perdida de mim. De quando em quando essas coisas me acontecem. Vou e volto em meus pensamentos para entender onde foi o escorregão ou o que eu penso ter sido um escorregão. Bem, é claro que descubro ‘n’ motivos e circunstâncias que me levaram ou levam a determinadas situações. Como essa, no caso, de “estar perdida”. Acontece quando olho ao meu redor e vejo o que construí, o que fiz, o que faço e meus planos para o futuro e sinto que algo não está bom, que está errado e não me faz feliz. Podemos chamar de ‘balanço’.
Uma das situações em que me encontrei foi a de ter me colocado extremamente ligada a meu parceiro, marido, companheiro. Às vezes, olhando de fora, é mais fácil ver as posições em que nos colocamos em determinados momentos da vida. Daí, como uma daquelas chacoalhadas que os cães dão quando estão com as orelhas molhadas, dei uma bela chacoalhada em meus pensamentos, visualizei a questão e caí em mim.
Há muito, desvencilhei-me de antigas atitudes que tinha em fatos como esse que descrevo aqui, por exemplo: meu marido estar cansado demais e irritado por problemas de trabalho, dinheiro e/ou, principalmente, por problemas de foro íntimo, mas que não me dizem respeito diretamente.
Minha posição nessas ocasiões já foi, no passado remoto, de profunda e quase ilimitada empatia, quando me via achando soluções e discutindo questões onde eu nada poderia fazer para mudá-las ou amenizá-las, mas o fazia acreditando aliviar a carga emocional do outro. Mesmo assim, procurava a solução para algo que não me competia e me desgastava com isso, obviamente.
Quando tentamos achar soluções que não nos competem, o desgaste é certo. Porém, com o passar dos anos e muito trabalho. aprendi que cada coisa tem seu espaço e lugar. Não adianta querermos amenizar ou solucionar problemas de outros por mais que os amemos. Filhos, pais, amigos, companheiros, o que for. O que podemos fazer nessas ocasiões é oferecer nosso ombro ou nosso colo, o que mais nos convier e garantir o aconchego aos tropeços e derrotas do outro que, por ventura, ocorrerem.
Digo isso por que vejo muitos casais numa situação semelhante. Uma das partes precisa estar mais lúcida e entender que o problema do outro É DO OUTRO e não seu. Isso pode salvar relações. Prestar apoio, compreensão, amizade ou amor pode ser simples para alguns, mas, entrar num problema do seu/sua companheiro(a) que voce não poderá resolver, só fará com que ambos se encontrem num beco sem saída.
A questão aqui não é você se abster de ajudar, compartilhar ou aconselhar e, se for o caso, até chorar junto, tudo bem. Mas manter sua consciência, lucidez e inteligência para que possa se preservar e assim manter sua integridade emocional, conseguindo diferenciar as diversas situações que acontecem na vida de um casal ou nas relações como um todo.
Como eu já disse antes e repito aqui, os casais não são um. São duas pessoas distintas com problemas emocionais distintos, características diferentes e caráter próprios. Cabe a cada um de nós entendermos e “nos encaixarmos” POSITIVAMENTE nas brechas emocionais em que e quando o outro nos permite
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